Total de visualizações de página

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ainda a tempo!            


            Já deve ser de seu conhecimento que muitos irmãos e irmãs meus morreram, e continuam morrendo a cada instante. Uns eu vi cair em minha frente, outras vi cair longe, muitos eu nem vi cair, mas eu soube da crueldade feita.

            Devido a tantas mortes, o clima já não é o mesmo, o ar que respiram não é mais tão puro, tão limpo. O destino escolhido não é o certo, muitas nuvens pretas no ar, muito sangue derramado, sangue esse que não vaza, nem pinga ao chão, ele cai devagar, uns caem leves como um pára-quedas, outros caem de forma muito brusca.

            Eu vivo já condenado a morte, tento correr, mas não saio do canto, tento me esconder e acabo vendo mais vítimas. Hoje eu não consigo mais rir, nem chorar, pois não tenho nem forças para isso.

            O mundo já não é o mesmo, não existe mais o respeito, nem existe mais o companheirismo, existe apenas um nome e o objetivo de muitos, VENCER. Olhando bem, esse nome é um nome muito bonito, muito lindo. Mas nesse nome, ou nesse caso, não existem apenas flores, e sim os espinhos. Esse vencer vem do “derrubar o próximo”, “pisar no próximo”. Na verdade, tudo isso se chama capitalismo e globalização. A vida da maioria não é mais tão calma como já foi um dia, o mundo gira em torno de “Tempo é dinheiro”, e para isso devem trabalhar, trabalhar e trabalhar. Muitos não têm tempo nem de respirar.

            Não sei se você já parou para pensar, mas o mundo está sofrendo muitas mudanças, o Brasil em especial era um país muito verde, e quando começou a ser colonizado, começaram a matar e derrubar vidas. Hoje em dia o que predomina mais são Ruas calçadas, indústrias liberando nuvens negras, como já foi citado, entre outros. Em relação ao clima, ele está muito mais elevado que antes, devido exatamente ao aquecimento global. Ocorrem muitas catástrofes naturais, chuvas muito fortes, com isso ocorrem desmoronamentos que chegam a destruir boa parte de algumas cidades. Isso ocorre por conta que não existe mais zelo pelo seu País, e nem pelo o mundo. Não existe a preocupação com o futuro como existia antes. Mas se não tomarem providências, muitos não vão nem conseguir respirar, ou seja, não vão conseguir viver, começando pelas regiões mais altas e terminadas nas mais baixar.

            Por isso, eu peço sua ajuda, para que cuide desse solo que hoje está manchado, dessas florestas que hoje estão sujas do sangue de vidas inocentes, vidas essas que não tem direito nem de defesa, e acabam sofrendo com a crueldade de machadadas e de certos motores que doem só em ouvir o som, as cerras elétricas. Hoje estamos feridos, partes de mim caem só com o vento, algumas chegam a cair sozinha. Sinto que existe vida em minhas mãos, vidas que precisam de mim para sobreviver, não apenas pássaros ou macacos, mas até mesmo sua vida esta em minhas mãos e nas mãos dos meus irmãos que sobraram, já que muitos estão exatamente agora andando em cima de caçambas de caminhões nas estradas por esse mundo a fora.

Eu , uma árvore de espécie Gravatá, agradeço pela atenção, meus cumprimentos.


Rafael Agra Dias